segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ESPERANÇA

  


  Na Romênia, um homem dizia sempre a seu filho:
  _Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.
  Houve nessa época um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções lá existentes nesta época.
  Estava  nesta hora este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem,mas seu filho estava na escola.
  Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída.
  Não restou uma única parede de pé...
  Tomado de uma enorme tristeza, ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa(não cumprida)."Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado."
  Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição.A voz de seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam. Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto q.ue fazia diariamente segurando sua mãozinha.O portão (que não mais existia); Corredor...Olhava as paredes, aquele rostinho confiante.
  Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar.
  Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto.
  Portão,...corredor...virou a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala.Nada! Apenas uma pilha de material destruído.
  Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe.Olhava... tudo desolado.
  E continuava a ouvir sua promessa. E ele não estava..Começou a cavar com as mãos.
  Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentaram afastá-lo de lá dizendo:
  _Vá para casa.Não adianta, não sobrou ninguém. Vá para casa.
  Ao que ele retrucava: _Você vai me ajudar?
  Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida.
  Havia outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia a promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era: _ Você vai me ajudar?
  Mas eles também o abandonavam.Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa... Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo?
  Você ainda vai pôr em risco a vida e pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios.Ele retrucava:
  _Você vai me ajudar?
  _Você está cego pela dor, não enxerga mais nada. Ou então é a raiva pela desgraça.
  _Você vai me ajudar?
  Um a um, todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava dali.5,10,12,22,24,30 horas.
  Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra,sempre chamando pelo filho, ouviu:
  _ Pai... estou aqui!
  Feliz, fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:
  _ Você está bem?
  _ Estou. Mas com sede, fome e muito medo.
  _Tem mais alguém com você?
  _Sim, dos 36 da classe 14 estão comigo, estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem.
  Apenas conseguia se ouvir seus gritos de alegria.
  Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar.Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...Haja o que houver, meu pai estará sempre ao meu lado.
  _Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco.
  _Não! Deixe eles sa[irem primeiro...Eu sei que haja o que houver...Você estará me esperando!

2 comentários:

  1. Esta mensagem é parte do livro Sabedoria em Parábolas- Prof.Felipe Aquino - Editora:CLÉOFAS

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  2. Que responsabilidades nós temos perante os nossos filhos e àqueles que nos amam e confiam em nós.

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