domingo, 14 de novembro de 2010

NUNCA É TARDE

   Existem pessoas que, ao atingirem à idade madura, se julgam inúteis porque viveram durante a mocidade entre prazeres e folguedos desperdiçando anos a fio, sem atentarem para o lado verdadeiramente bom da vida.
  Essas criaturas, até então, só procuraram momentos fugidíos na ânsia incontida de livra-se de aborrecimentos e preocupações por menores que fossem.
  Como tudo no universo, desde a mais pequenina partícula do corpo humano até o imenso firmamento, não pode prescindir a lei do equilíbrio, o cansaço e a desilusão chegam e essas pessoas abandonam o passado efêmero e se tornam mais compreensivas e mais atentas.É chegado o momento do alertamento do espírito adormecido. As exterioridades cedem lugar á voz íntima que até àquele instante não havia, sequer, sido percebida.
  A transformação se opera radicalmente e as pessoas que se julgam inúteis, livres dos últimos resquícios da imcompreensão, lançam-se ardorosamente ao trabalho cristão de auxílio ao próximo, trilhando o caminho da redenção espiritual.
  Àqueles que tenham dúvidas a rspeito, lembramos a PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA em que o Mestre fala de trabalhadores que acorreram ao trabalho ao romper do dia,ansiosos por bons salários, e de outros que, por falta de esclarecimento, só se apresentaram horas depois , sem considerarem a recompensa pelo trabalo que realizassem. Ao fim do dia, o proprietário da vinha mandou pagar igualmente a uns e outros. Ante a reclamação de um deles que havia chegado ás primeiras horas, disse o proprietário: Meu amigo, não te faço injustiça;não ajustaste comigo um denário ? Toma o que é teu e vai-te embora, pois quero dar aos últimos tanto quanto a ti.
  E Jesus esclarece:Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
  Ao contrário das pessoas que permanecem em estado de cegueira espiritual até o amadurecimento da alma, existem aquelas que, na juventude, fugindo dos folguedos se isolam, não admitindo sequer o menor contato com brincadeiras próprias da mocidade, ficando assim fora do ambiente certo que lhes proporcionaria compreender afinal a amargura daqueles que se debatem no erro e na dúvida. Ao chegarem à idade que lhes daria melhor reflexão querem viver a vida que não usufruíram durante o transcurso da juventude, agora cheia de atrativos e seduções, sendo arrastadas no turbilão das paixões desoedenadas, sem a menor capacidade de reação. Aleam ser trabalhadores das primeiras horas, com direito adquirido de perceberem melhor salário do que aqueles que chegaram na undécima hora, esquecendo-se de que os últimos a ingressarem na Seara do Mestre são os filhos pródigos que, após o esclarecimento, regressaram ao lar e serão recebidos com regosijo pelo Pai.
  Sempre é melhor conhecer o mal para que se possa saber como destruí-lo, do que procurar desconhecê-lo para mais tarde, se ver envolvido em suas malhas traiçoeiras.

                                (Coletânes de Mensagens de José - Helcio E. de Lima e Silva)
                                                      Editado por: Artur Ferreira da Costa. VOL:XVIII - 1985

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